quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Canudos Velho

Em 2004, quando entrei para o IBS, soube que eles haviam visitado Canudos, na Bahia. Fiquei impressionado. Sempre gostei muito de história, e conhecer o cenário da famosa Guerra de Canudos, seria um sonho.
Em 2007 surgiu a oportunidade. Trabalharíamos na comunidade de Canudos Velho, local que sobreviveu à inundação.
No fim do século 19, o beato Antônio Conselheiro, andava por regiões do sertão brasileiro, consolando a população maltratada pela seca e pregando a palavra de Deus. Em 1893, resolveu formar uma comunidade à beira do pequeno rio Vaza-Barris, que deu o nome de Belo Monte. Todos os que sofriam com a seca e confiavam no Conselheiro passaram a vender todos os poucos bens que tinham e entravam para a comunidade, que em cerca de quatro anos, passou a ter mais de vinte mil moradores, todos vivendo no que pode ter sido o mais bem sucedido regime socialista da história contemporânea.
Padres da época, começaram a se incomodar com suas velhas igrejas, moldadas por missas em latim, vazias, em contrapartida aos sermões apinhados de gente de Antônio Conselheiro, que falava a língua do povo. Assim, escreveram muitas cartas para a jovem República, então com menos de 10 anos de nascimento, dizendo que Conselheiro era monarquista e planejava apoiar a volta do rei com um exército muito numeroso que criava no sertão bahiano.
Assim Canudos foi destruída, em 1897. Como uma borracha que apagasse a história, um açude foi construído sobre a cidade que havia sido reconstruída pelos sobreviventes da Guerra e uma Nova Canudos foi erqguida a cerca de 12 km dali.
Mas restou ao lado do açude de Cocorobó, uma pequena parte do antigo vilarejo, que hoje se chama Canudos Velho. Onde nos sentimos em casa e trouxemos essas imagens para mostrar, em meio a um fim de semana de atendimentos da área da saúde, na base do IBS.