No caminho para meu consultório, passo pela Granja Viana, um bairro muito bonito e aconchegante, pode se dizer até elegante e charmoso. Um local onde há condomínios com suas casas bonitas, vivendo em harmonia com a natureza.
Ali estão também restaurantes que nos fazem sentir como se estivéssemos no interior, algo como Monte Verde ou Campos do Jordão.
Em alguns pontos da avenida São Camilo - que corta a Granja - vê-se uma mata tropical densa ao lado da pista. Moradores da região contam orgulhosos que, em seus quintais, pequenos macacos os visitam para comer as frutas deixadas nas vasílias.
Certa manhã observei uma placa em frente a um desses pedaços de mata densa: "Breve: condomínio Alphaville Granja Viana".
Aquilo me deixou preocupado, como se previsse o que estaria para acontecer. "Onde eles levantarão um condomínio por aqui?", pensava. Não seria possível que alguém desmataria toda aquela região. Hoje em dia há uma proteção ambiental grande, principalmente dentro da cidade. Valter, um grande amigo ambientalista, me disse que "se você cortar uma árvore da sua rua, a prefeitura lhe dará uma multa enorme e ainda terá que plantar outras árvores".
Mas era possível. Difícil explicar a dor no coração que tive ao passar num sábado de manhã e observar, incrédulo, que haviam cortado todas aquelas lindas árvores que haviam ali. E olha que nem moro na Granja, imagino a dor dos vizinhos.
Esses, relatam um grande número de macacos que, assustados, entram em seus quintais, expulsos de seu lar. Imaginamos o número de animais mortos.
Passeatas de moradores ocorreram e - graças ao bom Deus! - embargaram a obra.
Hoje, alguns meses após o desmatamento, vemos um terreno completamente nu de vegetação, terra, barro e tratores parados, como cães famintos sobre um bom bife, esperando a hora de continuar sua furiosa destruição.
Não se pode, simplesmente, liberar essa construção com a desculpa do "mal estar feito, agora que já foi tudo destruído". esse mal exemplo será seguido sempre: destruímos o verde primeiro e depois, como não há o que fazer, construímos cimento em cima.
Será que algum dia isso tudo vai mudar?
Tirei algumas fotos do local.
Um dos trechos arborizados da avenida São Camilo, ainda não destruído por algum novo condomínio de luxo
Área desmatada pelo "futuro"(?) condomínio. Os tratores esperam estacionados (e ansiosos).
sábado, 6 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
As mulinhas
Gostaria de pedir às pessoas com problemas cardíacos, que se assustam facilmente ou não suportam emoções fortes, que não prossigam a leitura das próximas linhas.
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Bom, se você desceu até aqui é porque é corajoso e não tem os problemas descritos anteriormente. Ou porque é teimoso e curioso mesmo! Bom, não digam que não avisei...
A história a seguir trata de um assunto forte, polêmico, até certo ponto engraçado, ou melhor, muito engraçado! Mas que muitos podem achar um absurdo (não que eu não ache também, é claro).
Bom, chega de papo e de enrolações, falaremos agora sobre as mulinhas safadas do sertão. O título poderia ser outro, mas em um assunto "caliente" como esse, o eufemismo cai bem.
Já havíamos, há muito, ouvido a história de que alguns garotos do interior, tem uma relação com alguns animaizinhos que, digamos assim, passa da amizade. Mas nunca havia encontrado algum que admitisse e não sentisse vergonha em tocar no assunto. Isso até conhecermos Antônio.
Hoje já está próximo aos 30 anos (e não come mais mulinhas, deixa bem claro), mas nos conta de suas zoo-aventuras sexuais de quando tinha 12 anos.
- Ah meu amigo, você imagina: um monte de moleque de doze anos, tinindo que só, sem mulher pra chegar perto, não podia prestar mesmo... - conta entre risadas.
A turma não era pequena e todos ali partilhavam do mesmo segredo. Era quase uma sociedade secreta e a história que os unia realmente fazia o silêncio ser respeitado; era questão de honra.
- Geralmente um cabra não ia sozinho, porque era preciso acalmar a mula e prender as patas da frente, para que ela ficasse abaixada assim... - disse levantando a bunda para trás e soltando uma gargalhada.
E comentou que os garotos faziam fila para saciar seu instinto carnal, que na época praticamente saía pelos poros.
Pobre mulinha, violentada. O que se passava na cabeça do pobre animal? Poderia até estar chorando... Aí, é que nos enganamos.
- Dotô, a bicha gostava. Era safada!
Segundo Antônio, a mula não só gostava como pedia mais. Todos os garotos reclamavam da mesma coisa:
- Olha, era de dar vergonha no caboclo. Você as vezes estava conversando com alguma menina e, se a bicha te visse, vinha para o seu lado, virava a bunda e ficava com a bitela - lê-se: xoxota - abrindo e fechando assim, querendo vara! - disse abrindo e fechando a mão direita - Aí era um perigo o cidadão ficar conhecido como "comedor de mula".
Era consenso entre todos os garotos: as mulinhas reconheciam seus casos amorosos, cada um deles. Não sabem se era pelo cheiro, visual, ou seja lá o que for, mas sempre que um da turma se aproximava a mula safada ficava doida. E olha que não era só uma mal-amada pela cidade.
- É, a gente variava, mas sem que uma soubesse da outra, é claro.
Pois é, ainda bem, se é como dizem, seria um perigo ocorrerem brigas de ciúmes pela cidade. Sobraria coice para todo lado...
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Bom, se você desceu até aqui é porque é corajoso e não tem os problemas descritos anteriormente. Ou porque é teimoso e curioso mesmo! Bom, não digam que não avisei...
A história a seguir trata de um assunto forte, polêmico, até certo ponto engraçado, ou melhor, muito engraçado! Mas que muitos podem achar um absurdo (não que eu não ache também, é claro).
Bom, chega de papo e de enrolações, falaremos agora sobre as mulinhas safadas do sertão. O título poderia ser outro, mas em um assunto "caliente" como esse, o eufemismo cai bem.
Já havíamos, há muito, ouvido a história de que alguns garotos do interior, tem uma relação com alguns animaizinhos que, digamos assim, passa da amizade. Mas nunca havia encontrado algum que admitisse e não sentisse vergonha em tocar no assunto. Isso até conhecermos Antônio.
Hoje já está próximo aos 30 anos (e não come mais mulinhas, deixa bem claro), mas nos conta de suas zoo-aventuras sexuais de quando tinha 12 anos.
- Ah meu amigo, você imagina: um monte de moleque de doze anos, tinindo que só, sem mulher pra chegar perto, não podia prestar mesmo... - conta entre risadas.
A turma não era pequena e todos ali partilhavam do mesmo segredo. Era quase uma sociedade secreta e a história que os unia realmente fazia o silêncio ser respeitado; era questão de honra.
- Geralmente um cabra não ia sozinho, porque era preciso acalmar a mula e prender as patas da frente, para que ela ficasse abaixada assim... - disse levantando a bunda para trás e soltando uma gargalhada.
E comentou que os garotos faziam fila para saciar seu instinto carnal, que na época praticamente saía pelos poros.
Pobre mulinha, violentada. O que se passava na cabeça do pobre animal? Poderia até estar chorando... Aí, é que nos enganamos.
- Dotô, a bicha gostava. Era safada!
Segundo Antônio, a mula não só gostava como pedia mais. Todos os garotos reclamavam da mesma coisa:
- Olha, era de dar vergonha no caboclo. Você as vezes estava conversando com alguma menina e, se a bicha te visse, vinha para o seu lado, virava a bunda e ficava com a bitela - lê-se: xoxota - abrindo e fechando assim, querendo vara! - disse abrindo e fechando a mão direita - Aí era um perigo o cidadão ficar conhecido como "comedor de mula".
Era consenso entre todos os garotos: as mulinhas reconheciam seus casos amorosos, cada um deles. Não sabem se era pelo cheiro, visual, ou seja lá o que for, mas sempre que um da turma se aproximava a mula safada ficava doida. E olha que não era só uma mal-amada pela cidade.
- É, a gente variava, mas sem que uma soubesse da outra, é claro.
Pois é, ainda bem, se é como dizem, seria um perigo ocorrerem brigas de ciúmes pela cidade. Sobraria coice para todo lado...
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
O bicho homem (Contos de zazu)
Depois do encontro com o novo amigo, Zazu chegou em casa pensativo. Realmente o homem, cada vez mais, perde o contato com a natureza e isso o deixa mais infeliz. Fato: o homem é o animal mais infeliz de todos!
Que estranha – e triste! – conclusão. Mas é verdadeira. Alguém já viu um macaco entrar em depressão porque não encontra sua banana preferida? Ou uma vaca sofrendo porque não tem o capim verdinho como o da sua vizinha? Não, realmente os animais não dão importância a essas coisas, mas nós...
Zazu imaginava uma conversa – se fosse possível, é claro – entre o garoto que havia levado à cachoeira e um pequeno grilo que estava ali, participando do momento, sobre uma folha verde e úmida.
- Nossa, hoje volto para casa, meu último dia de férias. Amanhã volto a trabalhar... – diria triste e cabisbaixo.
O grilo olharia confuso, pensando no motivo daquela tristeza toda, se ele mesmo escolheu esse caminho. “Boa sorte”, pensaria o pequeno animal, e voltaria ao seu pedaço de paraíso, podendo aproveitá-lo hoje, amanhã, e depois, sem ao menos fazer idéia do que é uma segunda, terça, ou quarta-feira.
O sábio sertanejo pensava na arrogância do homem, um ser que se acha superior a todos os outros animais, apenas por ter o intelecto mais desenvolvido, como se, houvesse uma evolução entre as formas de vida, a espécie humana seria o último degrau a se ultrapassar.
Pobre homem, criou tantos problemas para si, vive em uma competição cruel com seu semelhante em vez de conviver em harmonia, criou cidades que esmagaram a natureza sob seu asfalto, criou a própria sociedade que vem nessa loucura, como uma roda descontrolada, fazendo com que entremos nela e nem nos perguntemos se há outro caminho. Apenas continuamos a empurrá-la...
“Claro que fizemos – e fazemos! – muitas coisas boas, mas infelizmente não aprendemos ainda a conviver em paz com tudo isso". - pensou, um tanto quanto amargurado.
É Zazu, pensar as vezes nos deixa melancólicos...
Que estranha – e triste! – conclusão. Mas é verdadeira. Alguém já viu um macaco entrar em depressão porque não encontra sua banana preferida? Ou uma vaca sofrendo porque não tem o capim verdinho como o da sua vizinha? Não, realmente os animais não dão importância a essas coisas, mas nós...
Zazu imaginava uma conversa – se fosse possível, é claro – entre o garoto que havia levado à cachoeira e um pequeno grilo que estava ali, participando do momento, sobre uma folha verde e úmida.
- Nossa, hoje volto para casa, meu último dia de férias. Amanhã volto a trabalhar... – diria triste e cabisbaixo.
O grilo olharia confuso, pensando no motivo daquela tristeza toda, se ele mesmo escolheu esse caminho. “Boa sorte”, pensaria o pequeno animal, e voltaria ao seu pedaço de paraíso, podendo aproveitá-lo hoje, amanhã, e depois, sem ao menos fazer idéia do que é uma segunda, terça, ou quarta-feira.
O sábio sertanejo pensava na arrogância do homem, um ser que se acha superior a todos os outros animais, apenas por ter o intelecto mais desenvolvido, como se, houvesse uma evolução entre as formas de vida, a espécie humana seria o último degrau a se ultrapassar.
Pobre homem, criou tantos problemas para si, vive em uma competição cruel com seu semelhante em vez de conviver em harmonia, criou cidades que esmagaram a natureza sob seu asfalto, criou a própria sociedade que vem nessa loucura, como uma roda descontrolada, fazendo com que entremos nela e nem nos perguntemos se há outro caminho. Apenas continuamos a empurrá-la...
“Claro que fizemos – e fazemos! – muitas coisas boas, mas infelizmente não aprendemos ainda a conviver em paz com tudo isso". - pensou, um tanto quanto amargurado.
É Zazu, pensar as vezes nos deixa melancólicos...
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