Uma das características que acho mais importante para se cultivar é a empatia. A capacidade de se colocar na situação da outra pessoa é algo fundamental para um bom convívio, pode nos livrar de enrascadas e nos deixa mais pacientes e compreensivos.
Perto de meu consultório, sempre me indaguei o porquê das pessoas andarem pela rua e não na calçada, como o normal - e o lógico.
"Que cara folgado!", pensava ao desviar o carro de uma pessoa, que andava à beira da pista, me aproximando de outro veículo que vinha em outro sentido.
"Custa andar na calçada?", voltava a pensar, gastando energia e me tornando um ser mais e mais impaciente.
Quando não exercitamos a empatia, às vezes, a vida nos joga na mesma situação, como se dissesse "não pensou por bem, agora toma!".
Já faz um tempo que vim a primeira vez de ônibus - ainda hoje, vez em quando, venho -para o trabalho, mas aquele dia entendi o motivo. A calçada, em 90% do trajeto, é destruída. Cheia de pedaços de pedras, terra, barro, que dá medo de torcer o tornozelo ou tomoar um tropeção, além de degraus durante várias partes da subida (ou, descida, claro). Sem contar em dias de chuva, que o barro deixa a cena ainda mais bizarra!
Não há, infelizmente, como não andar pela rua, um pouco mais constante e sem tantos buracos.
Se tivesse pensado um pouco mais nos motivos daquelas pessoas em andar pela rua, talvez eu desviaria delas - a muito mais tempo - como hoje: mais tranquilo e dando maior espaço para não preocupá-las se o carro vai passar muito perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário