terça-feira, 7 de junho de 2022

O pescador

Ele desenrolava a rede em cima de sua canoa de pescador. Era mais um domingo e a hora do almoço se aproximava. Havia saído cedo para buscar o alimento.

Para sua família não era algo normal ir ao mercado para comprar a "mistura". E nem poderia ser, com a fartura de peixes que tinha na região do mangue baiano, onde morava.

Abriu o cesto de palha trançada e viu o belo robalo - em torno de dois quilos! - que havia pescado. Morava com sua esposa, três filhos e dois netos. Já tinha uma boa quantidade de carne para o dia.
Quase distraído viu surgindo ao lado um homem em uma prancha, daquelas bem estranhas que se rema de pé.

- Tudo bem? Vi o senhor jogando a rede e acho que daria uma foto tão bonita! Me permite tirar?

- Ah, eu jogo a rede e você tenta... - falou meio sem jeito. Era a primeira vez que alguém ali parava para conversar com ele. Passam de jet sky  ou lancha e seguem com pressa. A única coisa que recebia deles era o barulho que espantava seus peixes.

E agora conversava com um, que lhe perguntava sobre sua vida. 

Nas quatro vezes em que lançou sua rede sobre as águas, o moço tirou algumas fotos. 

Se despediram em seguida, com um olhar de amizade que não estava acostumado a receber tão rápido ao conhecer alguém. Dobrou sua rede novamente e seguiu para o almoço de família que aguardava o sustento do dia.













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