Ela ia andando com seu rosário entre os dedos, balbuciando algo inaudível (pelo menos para os outros mortais). Já havia esquecido a dor de seu pesado fardo; apenas orava, apreciando a calma e ternura que aquelas palavras, como um bálsamo, acariciavam sua mente atribulada.
Outros a observavam de longe. Céticos. Quase ateus (eu disse "quase") comentavam entre si a inutilidade daquela cena. Mais prudente seria arregaçar as mangas, esbravejar, tentar resolver no braço e no grito aquela situação.
Mas a calma senhora nem os notava. Nem precisava. Certo ou errado, não importava. Sua prece já havia cumprido o doce objetivo de lhe acalmar o coração.
Anjos a escutaram? Deus? O poder da mente? O que importa a resposta?
Os céticos é que se preocupem com isso.
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