quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que comemos

Olá amigos, estamos, neste momento, na van, voltando para casa. 
A última cidade em que trabalhamos foi Capivari, uma pequena e aconchegante comunidade, onde há apenas uma rua mais larga com  suas lindas humildes casas. 
Na penúltima noite, estávamos jantando na casa de Flanciene e Renato, onde fomos muito bem recebidos e acomodados, uma deliciosa galinha caipira. 
Tenho parentes em Minas Gerais, e desde criança, percebia a grande diferença naquela ave, pega no quintal e levada minutos depois para a mesa e aquela congelada, que pegamos dentro de um saco no supermercado, sabe-se lá a quanto tempo nesta condição. 
Renato fez uma colocação interessante:
- Olha seu moço, eu não entendo esse negócio de criação na cidade. Aqui a gente cria um frango, dando boa comida, tratando bem dos bichinhos, e ele leva meses pra ficar bom. A gente mata ele só depois de uns oito meses. Estes criados em granja, para a cidade grande, em 45 dias, as vezes até antes, já estão prontos pro abate. 
Dura realidade, pois é sabido que, em grandes produções, os frangos ficam desde o nascimento sob luz intensa, o que o faz ficar acordado praticamente o tempo todo, comendo e crescendo. Unido isto à ração com hormônios que comem, há o crescimento exagerado. 
Outro exemplo é nosso famoso chester de natal, um frango "anabolizado". E para a crescente demanda no fim do ano, a produção segue a todo o vapor. Abatem e congelam, assim no natal haverá um grande estoque. 
Pelo menos o interior ainda guarda alguns hábitos saudáveis. 
Pensando nisso, saboreei com mais gosto ainda a deliciosa galinha caipira que estava a minha frente.