terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cidadã

Ela acordou cedo, como de costume. Pegou sua xícara de café e se sentou na mesa. Ali havia uma carta, com a marca da prefeitura da cidade onde reside. Curiosa, abriu o envelope, estranhando o seu conteúdo.
"Taxa do bombeiro? Que diacho é isso?", pensou.
Sua cidade, ainda pequena, não tinha bombeiros e fazia pouco tempo, inauguraram seu primeiro posto. Mas ainda achava estranho aquela cobrança.
- Isso não é certo. Bombeiro é igual polícia. A gente já paga imposto para ter, não tem que vir cobrança a mais! - disse, e resolveu ligar para a prefeitura para esclarecer o fato.
O funcionário da prefeitura disse não saber explicar, que não era de sua competência e que se ela quisesse maiores esclarecimentos deveria ligar para Brasília.
Foi o que ela fez. Ligou para o planalto até ser encaminhada para o setor correto, onde um homem atencioso a atendeu.
- Não, isso não pode! Está errado. - disse o homem de Brasília. E continuou. - Você vai fazer o seguinte: vai ligar no Palácio do Governo do Estado de São Paulo neste número - passou o número -, vai falar com o Fulano e dizer que falou comigo, aqui em Brasília e eu te disse que ligasse para ele. Conta tudo o que está acontecendo.
Ela, feliz, fez o que lhe foi indicado.
Alguns dias depois, a prefeitura devolveu todo o dinheiro recebido pela cobrança ilegal, a cada morador da cidade.
Ela respirou fundo, sorrindo, contente por ter feito bem o seu papel de cidadã.