Quando se faz um trabalho social, tem-se uma reputação a zelar. Deve-se tomar extremos cuidado com exemplos e conselhos. Muitas pessoas acabam depositando sobre você grande fé e confiança e, mesmo em meio a alguma brincadeira e bagunça, a essência deve ser boa.
Certa vez, na cidade de Palmas-TO, acabamos o trabalho na escola e combinamos um luau com alunos e amigos. Não sabíamos, mas a 20 minutos da escola, havia uma cachoeira, não muito grande, mas muito bela, em torno de 1,80m, que caía suavemente sobre um pequeno lago, tocando aquela suave e intensa música da natureza.
Luis, a descobriu na saída fotográfica que faz com seus alunos, na oficina em que ensina a arte da fotografia digital. Um pequeno exemplo do quanto essa capacitação mexe a vida dos adolescentes das escolas são garotos que encaram a fotografia como profissão, como é o caso de Givanilson, da cidade de Balsas-MA, que trabalha em uma empresa tirando fotos de eventos e casamentos, ou da Joyce e Suedivaldo, que melhoram a cada dia suas técnicas e já possuem seus blogs fotográficos.
Durante a tarde, Luis conheceu o lindo local e, automaticamente, pensou no violão de noite. Conversou com o "tiozinho" dono do simples bar que ficava ao pé da cachoeira que garantiu: "Então eu espero vocês com o bar aberto de noite. Pode ficar tranquilo que estarei por aqui!!".
Quando chegamos à noite o bar estava fechado. Chamamos, batemos palmas, assoviamos, oramos. Em vão, nem sinal do homem, que àquela hora devia estar curtindo seu "fogo".
"Não é possível, não trouxemos nada, água, cerveja, ou refrigerante", pensamos naquele breu do centro do Brasil. Até que um amigo falou:
- Olhem só, sempre há alguma falha a ser encontrada... cresci abrindo casas para brincar, conheço possiveis formas de abrir algo... - disse checando as grades e cadeados que lacravam o boteco de madeira rústica. Até que de repente “trec”, uma grade se mexeu. Estava aberta! Comentamos com os amigos locais que iríamos entrar como amigo do dono, anotar tudo e deixar o dinheiro depois. Assim, um de nós entrou, pegou as latinhas e fomos para o luau. Seguimos, assim, o procedimento noite afora.
A lua seguia alta, iluminando apenas o suficiente, completando a chama trêmula da fogueira ao pé de uma grande árvore.
No final contamos as latinhas e imaginamos quanto seria se ele cobrasse caro. 3 reais cada uma? Daria uns 36 reais, cobrando caro. Deixamos um bilhete, pedindo mil desculpas por entrar no bar sem ele estar presente, informando o que tomamos, e um dinheiro em cima: 50 reais.
No dia seguinte, o homem deve ter pensado: "Foi o dinheiro mais fácil que já ganhei...".
P.S.: Esterei em viagem até a terça feira, 28/09. Abraço a todos!
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Um dia de atendimento
Que imagem temos quando pensamos em um dentista? Um consultório sóbrio, sério. Um profissional que chegará de branco para atender em uma sala, a sós. Medo. Infelizmente, não são boas as nossas primeiras impressões.
Tentamos fazer diferente. A idéia é montar um consultório dentro da sala de aula de escolas no sertão brasileiro, então por que não dar às crianças uma outra imagem? De que o dentista pode brincar com a crinçada enquanto atende, dar risada com elas, jogar água para acabar com a bagunça, pegar o violão durante alguns minutos do dia. Já ouvimos muitas crianças dizendo que morriam de medo e resolveram passar ali, serem atendidas dentro da sala de aula.
Não se trata de um texto narcisista, de modo algum. É apenas uma amostra de como os dentistas do Instituto trabalham. A idéia, também, é ter as crianças próximas, olhando, aprendendo porque o dente do amiguinho está com aquele buraco enorme - como o seu - e o que ela precisa fazer para não ter esse problema nunca mais.
É completamente agradável, são muitas as vezes que crianças ficam o dia inteiro ali, ao meu lado, brincando, aprendendo, cantando. Não é à toa que trabalho muito mais tempo que em meu consultório, em São Paulo, mas me canso muito menos. Ou melhor, não me canso.
A professora que filmava não enquadrou muito bem... :) Mas dá para ter uma idéia.
Atendimento na querida escola do Pé do Morro, em São Raimundo Nonato-PI.
Tentamos fazer diferente. A idéia é montar um consultório dentro da sala de aula de escolas no sertão brasileiro, então por que não dar às crianças uma outra imagem? De que o dentista pode brincar com a crinçada enquanto atende, dar risada com elas, jogar água para acabar com a bagunça, pegar o violão durante alguns minutos do dia. Já ouvimos muitas crianças dizendo que morriam de medo e resolveram passar ali, serem atendidas dentro da sala de aula.
Não se trata de um texto narcisista, de modo algum. É apenas uma amostra de como os dentistas do Instituto trabalham. A idéia, também, é ter as crianças próximas, olhando, aprendendo porque o dente do amiguinho está com aquele buraco enorme - como o seu - e o que ela precisa fazer para não ter esse problema nunca mais.
É completamente agradável, são muitas as vezes que crianças ficam o dia inteiro ali, ao meu lado, brincando, aprendendo, cantando. Não é à toa que trabalho muito mais tempo que em meu consultório, em São Paulo, mas me canso muito menos. Ou melhor, não me canso.
A professora que filmava não enquadrou muito bem... :) Mas dá para ter uma idéia.
Atendimento na querida escola do Pé do Morro, em São Raimundo Nonato-PI.
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