quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A evolução

Estou lendo um ótimo livro para quem gosta de história: 1808, de Laurentino Gomes. Ele trata da vinda da coroa portuguesa (nosso príncipe regente, rainha e a maior parte da nobreza) para o Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte.
Olhando para trás, é difícil de acreditar que tudo aquilo se passou a apenas 200 anos. Duzentos anos é algo mínimo se pensarmos em história, muito próximo. Nesse curto período tínhamos um rei do outro lado do oceano, que partiu com sua família e realeza, para cá em dezenas de navios e demoraram para tanto quase dois meses.
Dois meses! Em pensar que hoje o mesmo trajeto gasta apenas algumas horas de avião.
A humanidade vem, nas últimas décadas, seguindo uma velocidade vertiginosa de evolução. Se olharmos o desenvolvimento da época em que Cristo começava sua caminhada, há 2000 anos atrás, até o ano 1800, não observamos um salto notável em questão de desenvolvimento. Agora se estudarmos o "vôo" que a humanidade deu só neste último século, de 1900 para hoje, é algo extraordinário!
Um exemplo dessa avalanche de desenvolvimento: Em 1906, Santos Dumont recebeu um prêmio em Paris por ser o primeiro homem que conseguiu fazer um veículo, mais pesado do que o ar, se manter por alguns segundos voando alguns metros sobre o chão. Pouquíssimos anos mais tarde, em 1914, na Primeira Guerra Mundial, aviões já sobrevoavam seu inimigos e despejavam bombas e tiros sobre eles.
Apenas algumas décadas mais tarde, em 1969, os Estados Unidos conseguiam mandar o homem para a Lua.
Hoje, televisão, internet, celular, são coisas completamente adaptadas às nossas vidas, ao ponto de parecer que sempre existiram. Eu, que tenho 32 anos, passei minha adolecência sem imaginar que esses dois últimos existiriam um dia.
Outro exemplo é a famosa banda Mamonas Assassinas, infelizmente com sua história interrompida por um trágico acidente em 1996. Sua história é tão recente que parece ontem que assistíamos suas apresentações ao vivo nos programas de televisão. Mal podemos acreditar que seus integrantes não tinham celular ou e-mail. Esses acessórios estavam engatinhando neste ano.
E até hoje a evolução segue acelerada, seja em São Paulo, seja em pequeninas cidades do sertão, com suas lan-houses abarrotadas de jovens.
Onde vamos parar? Sinceramente eu não sei. Seria ótimo que a humanidade utilizasse toda essa nova tecnologia para o bem do ser humano, evoluindo a medicina para vivermos melhor, ou a agricultura para solucionar os problemas de fome espalhados pelo mundo.
Infelizmente, até agora, vimos o conrário. O que mais impulsionou a evolução foi a competição entre as nações, a guerra. Os aviões se desenvolveram tão rápido para jogar bombas nos oponentes, a Guerra Fria entre EUA e URSS colocou o homem no espaço e a medicina sempre seguiu o ritmo para curar os feridos em batalhas.
Sonhemos com um mundo onde a evolução espiritual acompanhará a material.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval

Nada mais genuinamente brasileiro do que o carnaval. Duas coisas podem salvar a vida de brasileiros em enrascadas no exterior: uma falar sobre o carnaval e outra mencionar sobre o Pelé. Cada uma dessas palavras provoca quase sempre uma reação positiva e um sorriso no ouvinte.
Há dois anos atrás resolvi desfilar em uma escola de samba, aqui em São Paulo. Como um bom amante do rock and roll não sou um grande fã de samba, mas sempre senti vontade de participar de algo tão brasileiro.
Foi emocionante. Ouvi poucas vezes o enredo da escola antes do desfile, mas quando o puxador gritou o nome da escola e a bateria começou a tocar, não houve quem não se arrepiasse.
Ao entrar na avenida, a arquibancada cheia vibrava e ali, o mais humilde dos paulistanos, cantava sob sua impecável fantasia e sentia a multidão o ovacionando.
Foram poucos minutos. O bastante para sentir toda a emoção que um sambista sente pulsando em seu peito. O bastante para sentir o que é o carnaval. O bastante para me sentir mais brasileiro.