segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sobre devolver sorrisos

Acabamos o trabalho e estamos no caminho de casa. Paramos a alguns minutos atrás em um posto na estrada que liga Iraquara a Feira de Santana. A rotina de descer, ir ao banheiro, comer algo. Minha fome era de um sorvete e peguei um Magnun, daqueles grandes de chocolate.
Conversava e dava risada com os amigos em frente a adesivos engraçados e irônicos. Apareceu em minha frente uma menininha, daquelas bem carentes, roupinha suja e cabelo bem desgrenhado. Com cara triste e humilde me pediu:
- Tio, você pode comprar um desse pra mim? - disse e apontou para meu sorvete.
Eu tinha pego o último, mas haviam outros grandes e variados na geladeira. Dei 5 reais a ela e disse para escolher um ali.
Alguns segundos depois, voltou com um corneto na mão, com um sorriso enorme na boca, e me mostrou:
- Tio, olha o que eu consegui pegar! - e levantou o sorvete como a um troféu.
Ainda me disse antes de se virar e abrir seu prêmio:
- Muito obrigado, tio, que Deus o abençoe! - e abriu mais uma vez o grande sorriso que me deu ao mostrar o sorvete.
Neste projeto meus amigos brincam que eu devolvo sorrisos quando faço restaurações estéticas com materiais de qualidade. Hoje eu precisei apenas de um sorvete.