quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O sorriso

Era uma estrada do sertão de Pernambuco. Andávamos devagar, pelos buracos e, ao mesmo tempo, admirando a bela paisagem da caatinga que mostrava suas folhagens verdes pela chuva que vinha abençoando a região nas últimas semanas.
Metros à frente, uma menininha esperava para atravessar a rua. Puxava uma cabra e uma ovelha por duas cordinhas e exibia um semblante de paz. Paramos para que ela atravessasse. Ela sorriu tímida e agradeceu. A cena foi de uma pureza, dessas que envolvem o sertão do Brasil, que lhe pedi:
- Posso tirar uma foto sua?
Ela sorriu envergonhada e disse que sim, quase fazendo uma pose junto aos seus animaizinhos. Tirei. Agradeci com um sorriso sincero. Ela sorriu, me agradeceu - como se precisasse - e terminou a travessia da estradinha.
Do outro lado, abriu uma porteira de madeira e aguardou passarmos a sua frente. Acenei e disse um novo obrigado. Ela abriu um sorriso lindo, acenou efusivamente com a mão, com um carinho tamanho, e um agradecimento, e uma emoção, como se fôssemos alguém da família, que não via a muito tempo.
Um sorriso tão sincero, tão puro, que me marcou para o resto da vida.