sexta-feira, 22 de abril de 2011

Misturas

O Pará é uma linda terra. Há fartura, seja de chuva, de peixes, plantações. O povo, mesmo quando em situação bem humilde, vive bem e feliz. Pessoas simpáticas, receptivas e festeiras.
Trabalhamos na cidade de Primavera, a menos de 200 km de Belém. Fomos recebidos por um animado carro de som e uma carreata com fogos de artifício, sempre ao som do Melody, ritmo bem característico da região, com suas músicas com a velocidade acelerada, deixando as vozes bem "fininhas".



Numa festa, no fim dos trabalhos, com um som de discoteca no porta-malas de um carro, o rapaz falava: "Olha meus amigos, este é o som de nossa cultura aqui no Pará", fazendo questão que conhecêssemos tanto as músicas dançantes, quanto as regionais e folclóricas, como o carimbó.
Grande parte da população daquela região tem traços indígenas, espalhando pelas ruas a beleza da mistura, tão presente no povo brasileiro.





Há também moradores com características de outros estados, como o Ceará e o Maranhão, devido à grande migração de sertanejos na época áurea da borracha.
No fim do trabalho, conversando com um professor, com seus traços mestiços, ele me definiu:
- Meu amigo, aqui temos muita mistura, por isso deu esse povo bonito. As mulheres são lindas. Esse negócio dos europeus se juntando aos índios e negros, deu muito certo. Mas a cria com essas mulheres daqui é melhor com alguém de fora da região, aí o filho sai lindo! Se juntar eu com uma mestiça, não sai filho bonito não. Se eu tiver um filho com uma paulista, já sai bonitinho, um moreninho, de olhinho meio puxado, olho claro, cabelo enrolado...
Curiosa teoria. Assim como outro paraense completou a definição:
- Essa mistura ficou muito boa. Mas a melhor empresa de todas, é a que dá da mistura do italiano com a índia! - disse sorrindo.
Se a moda pega, haja europeus empreendedores se mudando para nossa região norte...