sábado, 27 de dezembro de 2008

"Feliz Natal!"

Neste Natal, relembrei uma época em que o significado desta data era outro, completamente diferente. Na verdade, penso que era o verdadeiro significado e que, durante os anos, ele foi se perdendo, desaparecendo enquanto o tempo ia passando.
Senti saudade daquela sensação de plena felicidade quando passava, no banco de trás do carro, e avistava as alegres luzes enfeitando as casas e estabelecimentos comerciais. Não era só por se aproximar o dia em que eu ganharia presentes, a alegria brotava em meu peito simplesmente por ser o tempo de lembrar o nascimento de Jesus, por serem dias em que o ser humano é inconscientemente mais caloroso e preocupado com o próximo. Mesmo sem entender isso com minha pouca sabedoria de criança, o puro sentimento atingia diretamente meu pequeno coração.
A nostalgia foi me atingindo de um jeito que resolvi tentar a sentir aquela "magia" novamente. No banco de trás do carro, como a muitos anos não fazia, olhei pelo vidro traseiro, diretamente para os motoristas que vinham logo atrás. Senti como se estivesse dando um simples "tchau" pela janela e festejando quando o motorista, um desconhecido, sorriu e correspondeu ao meu aceno.
Em seguida uma senhora, com "pinta" de séria chegou bem pertinho e, sem exitar, com a língua para fora, fiz uma careta. Quase gargalhei quando a velhinha fez uma careta ainda mais feia do que a minha!
Tudo aquilo voltou a me dar a plena sensação de felicidade, que eu não sentia desde que era criança e que, mal sabia, me fazia uma falta enorme.
Passamos uma casa enorme, toda enfeitada com luzes e bolas coloridas de natal. Não conseguiria explicar a alegria que invadiu meu peito de criança, simplesmente por me lembrar que era natal, algo que já sabia antes de olhar para aquela casa...
Um homem passou ao lado de minha janela aberta e sem medo gritei: "Feliz Natal!". O amigo desconhecido acenou e respondeu: "Feliz Natal, meu filho!"
Tudo era muito gostoso e nesse momento senti pena de todos aqueles adultos que não mais sentiam essa alegria pura. Que se esqueceram do real significado do Natal. Que muitas vezes passam por lugares lindos e iluminados e não sentem aquel frio na barriga que me embreagava naquela hora.
Pensando nisso me senti feliz em ser criança, mesmo que por poucos minutos, novamente, e me fiz uma promessa: nem que seja por pouquíssimo tempo, sempre que dezembro chegar, deixarei aquele pequeno garoto renascer e me ensinar algo que nós nunca deveríamos esquecer.

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