quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O foco

O brasileiro é um povo sem igual. Em sua maioria é alegre, amável, solidário. Bom, sendo assim o país deveria deslanchar. Pois é, deveria...
Infelizmente o maior defeito do nosso país é a corrupção generalizada que "infecta" nossa política. São muitos e muitos milhões de reais desviados, nós nem fazemos idéia da montanha de dinheiro que em vez de retornar à população - em investimentos na saúde, educação, saneamento, desenvolvimento - vão para o bolso de poucos brasileiros.
Se a torneira aberta que verte o dinheiro público para a corrupção fosse fechada somente pela metade isso já seria suficiente para o Brasil começar a decolar mas, enfim, tudo permanece como a anos atrás. Os políticos são denunciados por corrupção, provas aparecem, assinaturas, eles se seguram no cargo até onde podem, quando não mais conseguem renunciam e basta novas eleições para que voltem aos cargos e à festança.
Temos um ex-prefeito aqui em São Paulo que, para mim, é um dos maiores exemplos de impunidade. São tantas as provas de que ROUBOU da prefeitura que o próprio banco da Suíça para onde ele havia enviado o dinheiro enviou os documentos, assinaturas, extratos, como quem nos avisa: "brasileiros, acordem! Dêem uma olhada quanto dinheiro esse homem mandou pra cá desviando de vocês!".
Isso já faz alguns anos e o que aconteceu? Nada. Momentâneas brisas de esperança passam quando congelam seus bens, surge a idéia de que possa acontecer algo, mas, como sempre, nada.
Com Sarney acontece o mesmo que já aconteceu com outros dois recentes presidentes do senado, só que agora ainda há algo mais preocupante: ele, diferente dos outros, nem perdeu a cadeira de presidente da instituição.
Pois é, então não temos esperança? Temos sim, e só depende de nós. De mim, do vendedor de cachorro quente da esquina, do dono de bar, do meu amigo do sertão que está sentado na frente do computador lendo esse texto...
Temos que ajustar nosso foco. Ontem a Portuguesa (time daqui de São Paulo) perdeu um jogo em casa. Foi o bastante para que a torcida se revoltasse e alguns homens invadissem o vestiário, armados, para cobrar essa derrota.
São vários os exemplos semelhantes, há pouco tempo me lembro de um jogo do Corínthians no estádio do Pacaembú, quando ele perdeu a classificação na Libertadores da América. A torcida enlouqueceu, derrubou o alambrado que cercava o campo, enfrentaram e agrediram policiais. No dia seguinte foram à frente do Parque São Jorge, onde o time treina, e cobraram mais raça, vontade, chutaram carros e ameaçaram os jogadores. Quanta enegia desperdiçada.
Isso pra quê? O que o time ganhar ou perder vai mudar na vida daquele cidadão? Ele vai tirar um sarro do amigo dia seguinte ou ser "zoado". Grande coisa.
Se pessoas que em vez de usar seu tempo para essas ações o usassem para pedir mais ética na política já seria um ótimo começo. Os deputados vão votar o próprio aumento de salário e já possuem milhares de outros benefícios, 3 meses de férias e por aí vai. Quantas pessoas vão na frente da Câmara para protestar?
Em compensação vá o time do coração passar por uma má fase.
Enquanto não acertarmos o foco, em cheio, tudo permanecerá do mesmo jeito. Denúncias virão e no final: nada.

Um comentário:

  1. É meu amigo. O país vive ainda uma ditadura disfarçada de democracia. Os principais veículos de comunicação, redes de telejornalismo acreditadas por serem sérias pela maioria da população, ou grandes revistas que vem com escandalos políticos na capa, na verdade, na maioria das vezes tem mais a intenção de detonar tal partido, ou tal político defendendo o grupo político ao qual estão atrelados. É isso mesmo pessoal, a maioria sabe disso mas é melhor reforçar a informação: Globo, Record, Estadão, Veja, Folha de S. Paulo e etc., todos tem um interesse político por trás daquelas épicas reportagens. São VENDIDOS,e duas vezes: uma para o grupo político que defendem; oe dua para o cidadão comum que quer se manter informado. Claro que nem tudo é mentira, mas saber filtrar as informações é importante. Como? Conversando com as pessoas sobre isso, "o que que você acha de tal opinião?" . No final das contas o que resta mesmo é a sinceridade das pessoas, a um questionar de uma questão essencial: "será que isso é realmente verdade?" . . .
    Ainda bem que nos resta esse meio em que podemos nos expressar de forma livre - parecido com a forma que os jovens que moram em países ditatoriais (China) tem conseguido se expressar - a internet. Criticar, pensar em mudar, tudo isso faz parte do processo, mas deixar de se expressar é jogar tudo isso no lixo. Claro que não falo para virarem uns chatos que só falam de política, mas toda a vez que o assunto vier à tona ou toda vez que sentir que a conversa pode evoluir para um lado como esse, não ter medo de expor uma opinião, e o mais importante, não ter medo de ouvir atentamente a opinião dos outros. Fazer também é importante, mas talvez venha como um próximo passo, pois deve haver interesse para que algo seja feito. Enquanto uns bunda-moles estiverem confortavelmente assistindo à Sessão da Tarde, logo após o Vale a Pena ver de Novo, um pouquinho antes de Malhação todos os dias, sem criar nada novo, sem nem procurar por uma identidade, nem que seja a sua própria, o país VAI viver nessa e a pessoa também. Aliás esse é o modelo de uma tarde medíocre que pode ser comparada a uma vida sendo vivida assim, de modo medíocre também: começo, meio e fim - Vale a Pena ver de Novo, Sessão da Tarde e Malhação. No fim, dessa vida, o que você terá feito de verdade? Estava sol lá fora, você nem viu;
    E eu só sei disso, por que muitas vezes eu mesmo me vejo preso a um mundo bunda-mole, em estado de letargia. "ACORDA GENTE!" . . . nós podemos realizar muito, mas precisamos nos capacitar, trabalhar, ganhar dinheiro com boas idéias e procurar reinvestir o que agente puder: tempo, dinheiro,e até mesmo o amor em ações que ajudem a esse país sair da lama. Que ajude a mostrar aos outros e ao povo, que não pode enxergar apesar de poder ver, que o país esta sendo roubado e de forma descarada. Consciência ao povo, começa com quem tem mais, ou quem pode ver mais, ajudando a quem está vendo menos. "ACORDA GENTE". abraços Wolbão.

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