segunda-feira, 5 de julho de 2010

Maradona

Pois é amigos, a copa do mundo, realmente, nos inflama. Eu até tentei, mas não há como não escrever sobre o Maradona.
Desde o começo de sua aparição como técnico na copa, foi uma figura única. As câmeras o procuravam, os narradores se deliciavam com suas imagens levantando a bola com categoria, durante a partida, na mão dos jogadores, seus treinos eram assistidos como filmes recém-lançados, enfim, uma celebridade.
O que me deixa abismado, é o fato desse ex-craque, ter pensado tão pouco antes de soltar suas palavras e farpas para todo lado.
Primeiro, de forma arrogante, declarava a cada entrevista coletiva, que seu time seria campeão, porque era o melhor de todos, e, além disso, tinham Messi: "o melhor jogador do mundo!". Será que não via que, dessa forma, jogava toda torcida mundial contra seu time?
Ah, e o Messi. Era Messi para cá, Messi para lá. A imprensa contou, numa entrevista de 30 minutos, o nome do jogador foi citado 37 vezes por Maradona. "A Coréia que me desculpe, mas vamos ganhar, porque temos o Messi!", concluiu.
Como não observava que poderia até provocar um mal estar entre os jogadores? Para estar numa seleção, você tem que ser um craque. Imagino os outros companheiros dizendo "poxa, ele só fala em Messi, será que ele vai ganhar o jogo sozinho?".
Pra mim, a Argentina saiu da copa por um único motivo: prepotência. Maradona os achava superiores, os jogadores podem ter acreditado. Pegaram uma Alemanha forte que passou como um rolo compressor por sua equipe. Via-se nas expressões dos jogadores um susto, como se não estivessem preparados para aquilo, não sabiam o que fazer. O que acabou por enterrar suas ambições, é que Maradona também apresentava a mesma expressão e, da mesma forma, não sabia o que fazer. Assistiu seu time tomar um gol atrás do outro, como um torcedor, esperando que o time reagisse de alguma forma. Quando precisavam de um treinador, viram que não tinham um de verdade. O ídolo era apenas um ótimo ator, brincava, carismático, atuava com malabarismos com a bola, e, o pior, é que os argentinos acreditaram que ele era técnico também.
Por tudo isso, não entendo como na recepção da seleção argentina puderam ouvir tantos gritos de "fica" para Maradona. Acho que gostaram da atuação (no sentido de atuar como ator, mesmo).
Como disseram alguns comentaristas da TV: "nós brasileiros também torcemos para que ele fique..."

4 comentários:

  1. Estive várias vezes na Argentina e recentemente fiquei alguns dias em Buenos Aires apenas passeando.
    O Maradona foi recebido como herói na Avenida Nove de Julho. Ovacionado....
    Acho o argentino um povo passional.
    Uma vez em um show em Buenos Aires, coisa de seis anos, os jovens enfrentavam os TANQUES DE GUERRA que foram colocados nos portões do estádio para conter a população, uma vez que haviam vendido mais ingressos do que poderiam.. Eles foram pra cima com paus e pedras. Brasileiro quebra a avenida paulista, arrebenta o patrimônio público, mas não toma uma atitude dessas.
    Não acho nenhyuma das duas certas, mas devemos reconhecer que eles sabem a quem reenvindicar e se Maradona foi o técnico e continuará a ser, se dve ao fato de que o povo quis.
    Aqui, quem vai escolher é um homem. A vontade de um homem...
    Acho que nisso, eles nos dão um banho de cidadania. Fazem ouvir sua voz.

    Ei, não tenho gringo na família....rs
    Mas é que o argentino é mesmo assim: passional....Evita Peron que o diga !

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  2. É Cris, você tem razão!
    Lembro do lance do "panelaço", quando os argentinos saíram de casa batendo em suas panelas para protestar contra o governo. Isso seria um sonho por aqui, é o que, justamente falta ao povo brasileiro.
    Hoje ainda se protesta mais contra um jogador que mostra pouca raça do que contra um deputado corrupto.
    Vamos aprendendo...
    Beijo!

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  3. Boa noite, amigo Wolber.

    Não entendo de futebol, mas adorei seu texto, sabendo que você tem razão. Mas o danadinho do Maradona tem muito carisma.

    Ele faz caras e bocas, e tem uma presença agradável.
    Ele é divertido...além de que, já bateu um bolão!

    Porém, não podemos esquecer as vezes que ele meteu as mãos pelos pés.
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    Brincadeiras à parte, hoje ele ocupa o cargo de técnico, e o batido é outro.

    Um grande abraço.

    Ler você é bom demais...

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  4. Olá Amapola!
    Além de ter um blog delicioso de ler, seus comentários também são sempre agradáveis.
    Espero seus textos em breve.

    Grande abraço!

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