Ouvir no fim de semana a notícia da morte do cartunista Glauco me deixou triste. Cresci vendo seus livros e tirinhas no jornal e foi assim que se tornou um dos maiores cartunistas brasileiros.
Sua morte dá início a um debate sobre o assassino: loucura, crueldade, drogas e, enfim, a religião do Santo Daime. Já há pessoas falando sobre o famoso chá, o quanto pode deturpar pensamentos e por aí vai.
É sempre a mesma coisa. Quando vamos parar de procurar algo material que possa prejudicar e desviar a atenção do real motivo principal: a maldade humana?
O álcool prejudica raciocínio, drogas podem alterar a percepção, tudo isso é sabido. Mas o ponto determinante é a índole da pessoa.
Este fim de semana um homicida dirigiu seu carro pela estrada Raposo Tavares por mais de 20 quilômetros (!), até bater de frente com o carro de uma família. O policial conseguiu salvar a filha, que ia no banco de trás, mas o fogo consumiu o veículo com seus pais. O assassino continua vivo e internado e foi comprovado que estava alcoolizado. Só falta falarem que a culpa foi da bebida.
Como um grande amigo, João Paulo, disse sabiamente: "O cara já era um homicida! Duvido que qualquer um de nós nessa mesa, faria algo parecido, dirigiríamos em alta velocidade na contra-mão. podemos beber o quanto for, estar quase desacordado e não faríamos isso".
Infelizmente a lei tem, sim, que nivelar por baixo. Muitas pessoas de bem, se beberem, dirigiriam bem devagar, se preocupando em não causar mal a si mesmo, muito menos a outras pessoas. O problema é que há outras que bebem e aceleram mais ainda do que quando estavam normais.
Nunca experimentei o Santo Daime e pouco sei sobre a doutrina. Mas deixemos tudo isso de lado. O único problema é que o cara era um assassino. Sempre foi e um dia poderia acabar como acabou. Pena que Glauco estava em seu caminho.
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