Hoje faço 7 anos de namoro com a Ju. O tempo passa... A pouquíssimo tempo atrás, 7 anos era a metade do tempo que tinha vivido. Agora, dez anos parece que foi ontem!
Para uma surpresa, fui a uma floricultura, procurar algum arranjo de flores e uma simpática senhora me ajudava. Certo momento, entrou na pequena loja uma mulher, estilo "madame" e a cumprimentou com enorme carinho. "Oi meu amor! Que saudade de você!".
Pensei que eram grandes amigas, mas vi que era apenas uma cliente. E ainda pensei "que simpática" quando complementou:
- Olha, já mandei duas amigas aqui pra você. E é uma indicação de coração mesmo, faço com o maior gosto.
Enquanto eu olhava, indeciso em saber qual arranjo levaria, a senhora foi atender a "bondosa" mulher. Essa perguntou o preço de pequeno maço de rosa colombiana, ou algo do tipo, o que foi respondido pela senhora "15 reais".
- Quinze reais?! Nooooooooooossa, meu Deus do céu, que caro!!! Outro dia mesmo eu vim comprar aqui e eram 10 reais. Que que é isso, meu Deus. Como pode aumentar assim? Geeeeente, que coisa...
A senhora ficou completamente sem-graça e disse que sempre foi esse preço. A "madame" continuava falando em tom assombrado, como se estivesse realmente espantada com o preço que a senhora cobrava dela. Era como se estivesse sendo assaltada.
- Não é possível, como vocês podem aumentar assim? Que cooooooisa!
Até eu me senti mal pela pobre senhora que, em vão, tentava explicar que o preço sempre foi aquele. Até que desistiu:
- Mas tudo bem, eu faço 10 reais pra você, você sabe que eu sempre te ajudo quando posso.
E a mulher ainda assim continuava com sua cena de espanto e indignação.
Claro como uma cristalina água, era o teatro que a mulher fazia para conseguir um descontinho. Toda aquela "paixão" pela senhora no começo tinha apenas um objetivo: conseguir seu almejado desconto no final.
Fosse real aquele "meu amor", "indico de coração para você" e algumas outras baboseiras melosas que soltou, ela nunca agiria daquela forma, quase chamando a senhora de "bandida" por cobrar tão caro dela, uma pobre pessoa indefesa contra o vil comércio que tentava passá-la para trás.
Foi embora logo depois. Nas mãos suas parcas rosas importadas, compradas pela metade do preço. Saía com um sorriso vitorioso por ter conseguido um desconto com seu teatro e deixando para trás uma senhora, meio triste, com um sorriso sem-graça na boca.
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