Domingo meu time foi campeão paulista. A pesar do sufoco sofrido, do gol do Santo André anulado, e de uma bola em nossa trave aos 43 minutos do segundo tempo, ainda sobrevivemos.
Foi um “sofrimento danado”, mas um incrível jogo para quem gosta de futebol. Mesmo perdendo, com adversário jogando muito melhor, ver os dois gols que o Neymar fez - recebendo passes de calcanhar do Robinho e de Ganso - valeu qualquer derrota sofrida. E como foi sofrida!
O único ponto negativo num domingo perfeito de final de campeonato no estádio, foi ver a atitude de torcedores da torcida organizada.
Não, eles não brigaram, não provocaram torcedores da torcida rival (e nem que quisessem encontrariam algum...), nada disso. Porém vimos ali uma enorme falta de respeito com o próximo.
Eu e Michel – meu irmão – chegamos ao estádio às 14h, duas horas antes do início da partida, para pegar um bom lugar. Mesmo assim as arquibancadas já estavam bem cheias. Escolhemos um lugarzinho com boa visão do gramado e sentamos. Muitos já estavam ao nosso lado.
Pais e filhos, casais, crianças. Bom ver o estádio com mais famílias e menos brigas.
Faltava menos de quinze minutos para começar o jogo quando vários torcedores da torcida organizada do Santos (não era a Torcida Jovem) começaram a passar na minha frente com tambores, batuques e seus uniformes.
“Pra onde eles vão?”, pensei, já que ali já estava completamente cheio. E eles sabiam disso. Dezenas de torcedores uniformizados pararam a certa altura, na frente de pessoas que estavam ali, fazia horas esperando o início da partida, e começaram a batucar, cantando suas músicas, não dando importância aos poucos que tinham coragem de dizer que eles estavam na frente.
Ao nosso lado, havia um senhor, de seus 70 anos, sozinho e que puxava papo com meu irmão. Tinha chegado antes da gente e mal entendíamos o que balbuciava, bem baixinho, mas percebíamos seu antiqüíssimo amor pelo Santos e por futebol.
Um rapaz, de seus vinte e poucos, passou por nós e parou, bem em frente ao velhinho, que nos olhava como a pedir ajuda. Michel o cutucou e calmamente disse:
- Amigo, você não vai parar na frente desse senhor, não é? Ele está aí desde a uma e meia...
Até estranhamos que ele foi “gente boa” suficiente para entender, pedir desculpas ao senhor, andar dois passos para o lado e atrapalhar outra pessoa.
Várias pessoas, as famílias que descrevi há pouco, passavam pela nossa frente, indo procurar lugar do outro lado, não imagino onde, visto que tudo estava lotado.
Uma namorada brigava com o namorado, que dizia “vamos pra outro lugar”. Pensei se ela queria que ele tomasse satisfação e enfrentasse alguns “gorilas” uniformizados que vemos em vários noticiários seu gosto por uma “briguinha”.
Não sou contra as organizadas, ou até sou, mas não é esse o fato. Sei que empurram o time, tem suas músicas que eu mesmo canto e me vejo dando pulos ridículos abraçado a pessoas que nem conheço – um papelão engraçado que o amor ao futebol nos faz passar, felizes ainda! -, mas, querem um bom lugar no estádio? Apenas cheguem mais cedo. Porque a grande maioria deles chega cedo, mas é melhor ficar tomando cerveja do lado de fora do estádio até a hora do jogo e entrar em cima da hora, usurpando os lugares de outros.
Não sou contra ninguém, apenas sou contra a falta de respeito.
Meu amigo !!
ResponderExcluirseu blog está cada vez melhor, seus textos são maravilhosos.
Olá Janilde!!
ResponderExcluirMuito obrigado pelos elogios, mesmo não os merecendo desse modo.
Fico feliz que você visite sempre o blog!
A "casa" é sua! ;)
Abraço!