Era uma segunda comum, em uma cidade do interior do Maranhão. Havíamos feito amigos ali, que se juntaram à nossa rodinha de violão. Música vai, música vem, papo vai, papo vem e a fome também veio. Olhamos em volta - estávamos numa praça - e não havia um barzinho aberto.
- Tem só o posto lá em cima, mas é uma boa andada até lá. - nos disse um amigo local.
Como a fome era grande - e não estávamos com pressa - fomos para o único posto aberto na cidade. Se não fosse o único que havia ali. Seguimos andando e conversando e os dois quilômetros passaram rápido.
Chegando no local, uma cena nos chamou a atenção (pelo menos para nós, que éramos de fora): um segurança com uma grande arma (imagino que era uma 12, entendo pouco de armas) nas mãos, andando de um lado para o outro, olhar atento. Nos fitou e deve ter imaginado que não tínhamos cara de marginais. Pelo menos eu esperava por isso...
Entrei com os amigos e o Luis ficou conversando com nosso "Rambo sertanejo". Ele disse que o posto já havia sido assaltado inúmeras vezes, então o dono o contratou para "vigiar e mandar bala no vagabundo que se engraçasse por ali de novo".
Enquanto contava a história, o vigia, mostrava a arma e fazia pose de macho.
- Mas e aí, já deu alguns tirinhos com a arma? - perguntou curioso o Luis.
Ele balançou a cabeça e respondeu humildemente:
- Já. Mas acertar mesmo foi só uma vezinha...
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