segunda-feira, 7 de junho de 2010

Saudade

Domingo fui ao aeroporto receber a Ju, minha esposa, que voltava de uma viagem internacional à trabalho. O saguão de chegada de vôos internacionais é, disparado, o local que mais transborda emoção de um aeroporto. Isso porque quem viaja ao exterior, geralmente, fica fora por mais tempo. Além disso, ao cruzar a fronteira, a saudade sempre é mais inquietante, dolorosa, enfim, pleonasticamente saudosa! Mais até do que viagens mais longas em territórios nacionais.
Enquanto aguardava, observava as pessoas que, como eu, esperavam um ente querido. Famílias, amigos, pessoas de todas as idades, conversavam e olhavam ansiosas para a porta automática que, minuto a minuto, se abria, liberando a passagem de algum viajante empurrando seu carrinho repleto de malas.
A porta se abre: Aparece um rapaz, de seus 18 anos, vestido com um "chamativo" casaco verde amarelo, usado pelos brasileiros que sentem orgulho em mostrar as cores de sua pátria no exterior. Ao meu lado uma mãe dá dois pulos e acena com ambos os braços. "Alex! Alex!", chama e corre em direção ao, agora, sorridente garoto, junto a uma irmãzinha mais nova. Os três se abraçam, emocionados.
A porta se abre: Sai por ela um homem de seus 30 anos, olhar de quem procurava alguém entre tantas pessoas. "Fêeeeee!!", diz uma mulher que corre em sua direção junto a uma linda menininha que grita "tiiiiiiiiiiioooooooo!!!". E os três se encontram num abraço bem apertado. Essa cena, particularmente, me deixou mais tocado. Pelo fato de eu ser um tio coruja de três sobrinhos, facilmente estava colocado no meio daquele abraço.
E outros sorrisos se seguiram, abraços, beijos. Pessoas que saíam juntas, conversando sobre a viagem e novidades. Tudo isso fazia do saguão um lugar leve e feliz, mesmo estando em um frio aeroporto e abarrotado de gente. A alegria envolvia tudo isso.
De repente a porta se abriu e eu tive que parar de observar as emoções em volta. Era hora de matar a minha saudade.

7 comentários:

  1. Nossa!!Que coisa mais linda! Além de um grande dentista,um grande escritor,amei sua crônica,Dr. Wolber,você sabe o quanto eu e meu filho lhe admiramos.Felicidades!
    Que bom quando podemos matar nossa saudades,infelizmente tem saudades que só se multiplica e nunca mais podemos curá-las.Beijos de sua admiradora.Emila
    Crateús - Ceará

    ResponderExcluir
  2. Oláaaa Emília! Tudo bem?
    Que saudade de você, do filhão e de nossos amigos de Crateús. Pois é, este é um comentário que cabe bem nesse texto.
    Sabe que a admiração que tenho por você é recíproca, não é? Se o trabalho que fizemos deu um resultado tão positivo em sua cidade, um dos principais motivos é a diretora que levou tudo adiante naquelas semanas.
    Parabéns a você!!

    Um grande abraço!

    ResponderExcluir
  3. Boa tarde.
    Muito obrigado pela visita rs.
    Eu li seu texto,bonito e bastante comovente,espero q tenha matado as saudades rs.
    Beijokas.

    ResponderExcluir
  4. Realmente e como diz o poeta...
    "Saudade só se mata comendo a presença"
    E como é bom mata-la nos braços de quem se ama.
    Obrigado pela visita.
    Bjos achocolatados

    ResponderExcluir
  5. Boa noite amigo Wolber.

    Adorei!!
    Senti todas as emoções que você narrou brilhantemente.
    Onde quer que eu esteja, também fico atenta a tudo, e não perco essas "poesias" do cotidiano.
    Parabéns!

    Um grande abraço. Pra você e sua esposa.

    ResponderExcluir
  6. Love actually, ou em português acho que é "Simplesmente amor"
    Hugh Grant, Emma Thompson, Lean Neeson, Rodrigo Santoro e mais meio mundo.

    A cena final é a sua crônica, mas em imagens. Obrigatório assistir!

    ResponderExcluir
  7. Obrigado pela presença aos amigos!!
    E Beolchi, esse filme é bom demais. Sabe que no aeroporto, enquanto via aquelas cenas, a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Simplesmente Amor". Logo me deu vontade de escrever.
    A cena final é emocionante, com a música perfeita dos Beach Boys "God Only Knows". De arrepiar...

    ResponderExcluir