Sentado na calçada, em frente sua casa, Zazu enrolava seu cigarro de palha e observava a casa nova que seu vizinho construíra. Uma bonita casa, com um grande muro na frente e um portão, que ao abrir permite a entrada de dois carros.
"Parece casa de cidade grande", pensou, com um ligeiro aperto em seu coração, imaginando se um dia o sertão de que tanto gostava se pareceria muito com os grandes centros.
Olhando aquela casa, pensou no absurdo desse detalhe: o muro. "É um absurdo termos muros, totalmente! Tê-lo em frente às nossas casas significa que temos que proteger nosso patrimônio de alguém, que queremos evitar que entrem em nossas casas quando não estamos ou até pior, nos proteger quando estamos lá dentro."
O que há com as pessoas para não respeitarem os outros? Como eu posso, simplesmente, tentar tomar algo que não me pertence? Que direito eu teria de tornar a outra pessoa infeliz, retirando aquilo que lutou tanto para conseguir?
Realmente, o muro é a personificação de todo esse absurdo. De nossa preocupação para que outros não queiram tomar o que é nosso indevidamente.
Concluiu: "prefiro as pontes, que unem, aos muros que separam...".
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