De volta ao blog, depois de uma semana de descanso.
Após o casório, aproveitamos um ótimo presente do seu Sérgio (meu sogro) e viajamos para a lua-de-mel. Seria uma viagem longa - cerca de 9 horas e meia num avião. Eu adoro longas viagens, a Ju, nem tanto, mas estaríamos ali, lado a lado e passaria rápido.
A primeira surpresa veio ainda em frente à empresa aérea: "sinto, mas não temos mais lugares um ao lado do outro...".
Tentamos argumentar, falamos sobre a lua-de-mel, enfim, tudo o que podíamos, mas não adiantou. "Tudo bem, é só pedir a quem se sentará ao meu lado para trocar de lugar", pensei. Quem separaria um casal recém-casado por mais de nove horas de viagem?
Nesse episódio entendi mais a respeito da palavra "caridade", em seu sentido profundo. Caridade não é o que muitos pensam, dar uma esmola a um necessitado, ajudar uma velhinha com problemas ou dar aquela força a uma pessoa que passa dificuldades. Podemos fazer caridade até a um rico empresário, ajudando-o após alguma dificuldade grande, basta ajudar de coração.
A caridade não olha a questão do ajudado, mas sim o coração e a vontade de quem ajuda.
Quando sentamos nas poltronas, esperando os passageiros que estariam ao meu lado e ao da Ju, eu imaginava ser fácil conseguir a troca. Chegou o primeiro - ao lado dela -, me levantei e, educadamente, expliquei a história, que havíamos casado no dia anterior, das nove horas e meia de viagem sendo recém-casados; a novela toda. Ele, com uma cara indiferente, perguntou onde eu estava sentado, o que apontei na fileira ao lado: uma poltrona do meio.
- Alí? Me desculpe, mas é muito desconfortável viajar no meio. - disse e se sentou ante a um casal incrédulo.
Tentei a última alternativa, a mulher que já havia se sentado ao lado do meu lugar.
- No meio? Não, desculpe. - disse após eu terminar a história.
Não digo que viajar no meio seja, realmente, a mesma coisa que estar na ponta. Nem queria me convencer disso. O que me espantou, foi a dificuldade em conseguir encontrar uma pessoa, em duas tentativas, que, simplesmente, quisessem ajudar, serem simpáticas, serem caridosas. E o fato de pedirem desculpas, mostra que sabiam a falta de bondade que tinham naquele momento.
Ali, duas pessoas perderam uma boa chance de fazer uma caridade. Não imoporta o motivo, caridade não tem tamanho.
O mais fantástico das palavras é que se eternizam no papel e na memória de quem é tocado.
ResponderExcluirPalavras e textos mudam a vida de pessoas. Li e mudei.
Um grande abraço do amigo,
Carlos
Graaaande Carlão!
ResponderExcluirCara, que legal que você curtiu o texto. Muito obrigado pela visita e pelas palavras.
Valeu por tudo!
Grande abraço!