"O jegue é o animal mais taradão que existe!", nos conta Antônio, amigo paraibano, que conhece a fauna nordestina como poucos. Ele nos contou há tempos a curiosa história de suas aventuras, na adolescência, com as mulinhas sertanejas.
O reencontramos em abril e logo continuou suas histórias engraçadas e - espantem-se -verídicas.
Voltando o assunto do reino animal sertanejo, ele nos soltou a máxima que inicia esse texto. Para os que leram o texto da mulinha acalmem-se: ele não comeu um jegue. Até porque o mais lógico seria o contrário, devido à tara conhecida do animal (do jegue, não do Antônio) e isso o rapaz jura de pé junto que nunca aconteceu.
- Se tivesse acontecido eu não estaria aqui pra contar história...
Ele conta que quando o jegue quer traçar uma mula, égua, ou seja lá o que for, ninguém segura. O bicho fica louco e não descansa até saciar seu desejo.
- Pode acreditar. Eu só não entendo da pica do jegue, mas da transa dele eu entendo! - disse, engraçado como sempre.
Algo que não sabíamos é que, assim como o cachorro, a glande (o ápice do pênis, ou nas palavras de Antônio "a cabeça do pinto") do animal se incha durante o ato sexual, mas não fica presa lá dentro como no caso canino.
- A cabeça incha e se abre, parecendo um guardachuva na ponta - disse, mostrando que também entende da pica do jegue.
Sua fêmea é a jega ou jumenta, mas ele traça também, éguas, mulas e até outros jumentos mais alegrinhos. "Ja vi até jegue viado, o bicho só gostava de dar", diz nosso amigo. Seu filhote com uma égua é o "burro sangue puro", melhor do que o burro nascido entre um cavalo e uma jumenta.
- O burro puro é um animal bom demais, forte que só o capeta, e tem muito fazendeiro que paga uma fortuna por um bicho bom desses.
Disse-nos uma história que aconteceu há alguns anos na pequena cidade do interior da Paraíba, onde nasceu.
Era tarde de domingo e a praça estava cheia de gente, mocinhas e rapazes, famílias, a garotada toda. De repente passa pela rua uma égua em disparada, correndo, "quase dava pra ver o medo nos olhos da bichinha", e atrás vinha um jumento, louco pra subir em cima dela.
Alguns riam, a maioria disfarçava, meio constrangida, fingindo que não acontecia nada e torcendo para que os bichos não voltassem. Mas dava uns segundos e eles voltavam, ela fugindo de medo, ele correndo atrás, cheio de tesão. Até que ali, no meio da praça: "Vlapt!", conseguiu "atarracar" na égua. Foi um espanto geral:
- Imagina o jumentão, no meio de todo mundo, com aquela jeba enorme, subindo em cima da égua. Um monte de mocinha ficou vermelha.
Antônio Marinho, poeta paraibano, estava entre os que se divertiam com a cena. Um de seus amigos gritou: "Marinho, faça uma poesia pra esse momento!". Ele, sem titubear, encheu o peito de ar e clamou:
"Eita jumento danado
Cadê a vergonha sua?
Tanta mocinha na praça
E tu com a espada nua
Deixa de fudê no mato
E vem fudê no meio da rua!"
Muito boas as histórias! huahuah...
ResponderExcluirli essa e depois voltei na outra da Jumenta e li a do feijão e só pude concluir: "em jumento dando não se olham os dentes".
Abraço,
João Victor.
Hahahahaha!!
ResponderExcluirMuito bom esse trocadalho do carilho, Johnny!! rss
Abraço maninho!!